quarta-feira, 9 de julho de 2014

Ah, meu bem! Não se cansa dessa vida de eu lírico? Poesia pra lá, verso pra cá, beijo transformado em encontro de lábios, agonia, em olhos cerrados e dor, escorregão no chão de calcário... Não se cansa de traduzir meu choro com sorriso no rosto e bom grado? Se um dia, por acaso, fugisse de todo esse meu amor rimado, ora! Seria o pulo do gato! Dormiria uma manhã inteira, esperando o sonho que trouxesse a poesia perfeita. Entendo a exaustão, poderia até fingir que não tô nem aí, nem aqui, se você me ligasse. Mas a verdade, meu bem, é que não queria que você se cansasse.
(Isadora Egler)

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