Ah, meu bem!
Não se cansa
dessa vida
de eu lírico?
Poesia pra lá,
verso pra cá,
beijo
transformado
em encontro
de lábios,
agonia,
em olhos cerrados
e dor,
escorregão
no chão
de calcário...
Não se cansa
de traduzir
meu choro
com sorriso no rosto
e bom grado?
Se um dia,
por acaso,
fugisse
de todo esse meu amor
rimado,
ora!
Seria
o pulo do gato!
Dormiria uma manhã inteira,
esperando o sonho que trouxesse
a poesia perfeita.
Entendo a exaustão,
poderia até fingir
que não tô nem aí,
nem aqui,
se você me ligasse.
Mas a verdade,
meu bem,
é que não queria
que você se cansasse.
(Isadora Egler)
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