quarta-feira, 9 de julho de 2014

Socorro!
Mantiveram a poesia
em cativeiro. 
"Urgente!",
grita o Seu Xerife.
Em um só
clique
os amantes
congelaram-se!
Oh meu Senhor,
a cidade está em caos!
Ligue a televisão,
rápido,
leia no jornal.
De repente há permissão
para amar sem mais pressa:
os beijos provocantes,
motivo de desistência
ou espera
não são curados com o tempo
ou compressa.
Um passarinho me contou
que lá pela praça
onde Lavoisier chorou,
um mágico
chegou.
Não,
não tem cartola não.
Uma caixinha encantada
é sua varinha de condão.
"Ora essa,
o que faz
esse rapaz?"
Em um piscar de olhos
emprestados
(e sabe-se lá, amaldiçoados)
tornou o sorriso
da morena que tanto amo,
eterno,
petrificado.
Cospem as más línguas
que tempo lhe é infinito
e movimento
não é retrógrado.
Capturaram a poesia
e o culpado é o fotógrafo.

(Isadora Egler)


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